Viver o Sonho

Um evento cultural que projeta a cidade, o país e o universo de Expressão Ibérica – como é, reconhecidamente, o FITEI – não pode sofrer as consequências de uma mediocridade silenciosa com todas as caraterísticas que lhe estão associadas, contaminando poderes públicos. Mas sofre. Recusa de apoios, desprezo pelo projeto, abandono de responsabilidades, um pouco de tudo isso atingiu, nos dois últimos anos, o Festival. Despertou do coma induzido há poucas semanas.

Foi difícil? Digamos, já passou.
Muito sacrifício? Sim, até parece fazer parte da nossa história. Quando, em 1977, subiu o pano pela primeira vez, o cenário político já era palco de muitas inquietudes. Ora, a Cultura reflete as luzes todas. E hoje, é o que se vê. Que teatro será este?

O 37º FITEI é, fundamentalmente, resultado de um conjunto de amizades construídas neste longo caminho, agentes individuais da nossa vida coletiva que muito prezamos e fazem o favor de se manter firmes a nosso lado. Ao lado do compromisso social, da solidariedade, da cultura – tão afetuosos que preferem o anonimato.
Às estruturas que sentiram e entenderam a nossa preocupação prestamos público agradecimento: o “nosso” Teatro Nacional de S. João que integra de forma preciosa o Programa e disponibilizou as suas salas; a Porto Lazer / Câmara Municipal do Porto que mantém, responsável, uma ajuda determinante; e o projeto europeu de teatro liderado pela Junta de Castilla y Léon, em Valladolid - o ESMARK - de que faz parte o FITEI.
A tradicional edição do Festival Internacional de Expressão Ibérica aqui está, mantendo o sonho vivo. Teatro.

Jorge Ribeiro
Presidente do FITEI